quarta-feira, 1 de junho de 2011

Minhas amigas, nossas conversas na esquina, nossas lembranças...

Quando tínha uns 16, 17 anos a nossa turma de meninas era unida, bem unida. A Adriana, Isabel Grande, Giselle e Helena.

A gente ficava às sextas e sábados na esquina da casa da Giselle, fizesse frio ou calor. No frio, além de nós o vinho são Tomé e uma pizza nos acompanhavam até de madrugada. No verão, geralmente uma Coca-Cola 2 litros e frango assado com pão. Tudo isso na esquina, com uma higiene duvidosa.

A gente falava sobre tudo: meninos, sonhos, o que tinha acontecido no Califórnia, enfim, a gente falava de tudo e não tínhamos segredos, ou pelo menos pensávamos que não tínhamos.

Muitas sextas-feiras elas iam esperar eu e a Adriana que vínhamos do cursinho e a parada na esquina era obrigatória.

Quando meus pais e irmãos viajavam e o Duda ia dormir fora, a gente fazia algumas reuniões em casa. A Isabel Grande fazia pizza, inclusive a massa. A gente comprava vinho e refrigerantes e em algumas ocasiões cerveja, mas a gente não gostava muito.

Alugávamos filmes, O Selvagem da Motocicleta, The Doors, O Selvagem da Motocicleta, O Selvagem da Motocicleta, porque tinha os atores mais lindos da época...tudo isso regado a vinho e pizza.

Depois dos filmes e da pizza a gente ia passar trotes para o exército. A gente perturbava os coitados dos soldados.

Perguntávamos se era do exército da salvação, pq a gente queria se doar, isso os deixava animadinhos e aí rolava conversa até.

A gente chegou a marcar encontros em shoppings, mas a gente era fogo de palha e nunca ia. Aí, numa outra sessão a gente ia encher outros soldados e a gente se divertia, e a gente era inocente e a gente era unida.

A vida de cada uma de nós tomou rumos diferentes, mas a gente mesmo com a vida louca procura não deixar essa leveza de nossa amizade passar. Periodicamente nos encontramos em chás, regados a tudo menos a chá e vamos lembrando de nossas peripécias, fazendo novas e sempre procurando não deixar nossa alegria de lado.

Amigas, amo cada igualmente mas cada uma tem uma particularidade que faz este amor prevalecer. A distância não diminui o amor nem a amizade. A gente percebe isso quando a gente se encontra.

Agora estou sorrindo por perceber que quando nos encontramos, voltamos a ser aquelas meninas da esquina e das sessões de filme e pizzas...