domingo, 3 de junho de 2012

Aventuras na época da facul

Estudei Engenharia de Materiais no Mackenzie. Dentre todos os colegas que conheci, a Giovana é minha amiga e temos várias passagens engraçadas.

Eu e Giovana não tínhamos dinheiro pra nada. Ela pulava o bloqueio do trem na Estação Barra Funda pra poder sobrar o dinheiro do lanche e eu pasava ao menos duas horas dentro do ônibus Aeroporto, pois assim, sobrava o dinheiro do metrô para o lanche.

Eram dificuldades que a maioria dos estudantes passa, e para nós era sempre festa. Perrengue mesmo era quando começavam as provas.

A gente sempre ia passear na Praça da República. Lá tinha (ou tem) a feira hippie e a gente se deliciava com o artesanatos de lá.

Sempre íamos e voltávamos a pé.

Numa dessas incursões ao centro da cidade eu estava toda feliz com minha bolsa country de couro nas costas e dentro de um dos bolsinhos estava o meu único bem...meu celular.

Atravessando a Xavier de Toledo sentido viaduto do Chá senti que tinham puxado algo do meu bolsinho...

Imediatamente e por impulso, peguei no pescoço da mulher do meu lado e apertava falando..."Devolve, me dá meu celular".

A mulher, de meia idade, estava com uma sacola debaixo do braço e ficou indignada me chamando de louca.

A galera se juntava pra ver o desfecho. Imagina, em pleno viaduto do Chá, eu grudada no pescoço de uma tiazinha.

Não sei onde arrumei tanto sangue frio, mas eu pensava no meu único bem.

De repente, falei assim: "eu sei que meu celular está nesta sacola e se você não me devolver eu vou te levar ao posto policial".

Acho que ela percebeu que eu não ia largá-la, abriu a sacola cheia de celulares e carteiras, me devolveu meu celular e disse: "Cuidado que da próxima vez você fica sem ele".

Soltei o pescoço da tiazinha e ela saiu vazada e não consegui vê-la mais.

Depois de tudo isso, comecei a chorar e com Giovana ao lado, voltei para a aula.

Quem manda ficar andando por aí em horário de aula?

quarta-feira, 30 de maio de 2012

O frescor da irresponsabilidade adolescente

Troquei minha rápida passagem na Sociedade Casa Branca de Contabilidade, por um emprego de auxiliar de escritório na área de cobrança do Clube de Campo Fazenda.

O clube ficava em Itatiba e o escritório na Luis Góes. Quanta lembrança...

Trabalhávamos eu, minha prima Márcia, a Valéria e nossos chefes Eliete e Pedro. Na área comercial tinha outras pessoas.

Depois de um tempo aprontando, a Valéria se foi e no seu lugar entrou a Isabel que foi uma grande amiga na adolescência.

Tínhamos a opção de levar marmita, fazer a comida lá ou almoçar fora. E a gente revezava estas opções.

A gente era tão "responsável" que atrasava o relógio do escritório pro chefe pensar que a gente tinha chegado cedo e próximo a hora de ir embora adiantávamos pra sair mais cedo e pegar o ônibus Catarina vazio.

Quando o Pedro questionava a gente culpava o relógio e nosso coro era "precisa comprar um novo"...

E assim a gente ia aprendendo, aprontando, fazendo 2h30 de almoço e sempre achando que a gente estava certa e ponto.

A gente vivia de modinhas, nossa perspectiva adolescente era terminar o colegial, entrar na faculdade e ir pra matiné do Califórnia no domingo.

Chegou 0tempo da calça bag da Zoomp e o sapato London Fog. Mas a gente usava as marcas genéricas. A calça era Versatti ou Zune e pra fazer as vezes do London Fog a gente usava o 775.

Um dia, eu e a Isabel resolvemos ir até a praça da República comprar o 775. Resolvemos e fomos na hora do almoço. Simples assim.

Até aí tudo bem se a gente usasse somente nossa hora de almoço, mas nossa razão adolescente não tava nem aí pra isso. Entre trajeto e compra gastamos 2h30. Pra quem tinha 01h30 de intervalo...tá bom pra você?

Viemos embora empolgadas com a compra e tomamos metrô no sentido Santana. A gente ia pra estação Santa Cruz, sentido Jabaquara.

Só percebemos na estação Armênia. Rindo, voltamos. Quando a gente desceu na Santa Cruz o mundo estava se acabando em chuva. Já tínhamos gasto 03h30 de almoço. Oh responsabilidade...

Sabe o que fizemos?

A gente não queria molhar o cabelo (é a chapinha já era moda) e nem o sapato novo.

Sem pensar e com toda a razão que Deus nos deu, ligamos a cobrar para o escritório (não havia celular) e pedimos que a Eliete (nossa chefe, dona do escritório) viesse nos buscar no metrô.

Que alma caridosa não se sensibilizaria com nosso problema? Ela. A Eliete.

Berrou ao telefone, nos chamou de irreponsável (absurdo) e disse pra gente se virar.

E a gente se virou. Entramos na Esfiha Chic, afinal não tivemos tempo de almoçar, comemos e compramos esfiha pra levar pra mal educada da Eliete.

Chegamos no escritório com a maior cara lavada, levamos bronca e ficamos com raiva de tanto que a Eliete era injusta.

Hoje dou risada quando me lembro dos episódios do Clube de Campo. Este foi apenas 1. Aguarde!

sábado, 17 de setembro de 2011

Às amigas da Velha Infância

Hoje tivemos mais uma edição do "Chá da Velha Infância". Desta vez o encontro foi aqui em casa. Faltou a Gisele que tinha um compromisso.

Adriana, nos fez uma surpresa singela e emocionante: um vídeo com a música "Impossível de Esquecer" com fotos de alguns dos nossos muito momentos juntas.

Chorei emocionada, pois temos um história com H (maiúsculo) e a cada dia sinto que apesar da lida do dia-a-dia, de cada uma ter sua família, da distância estamos mais próximas.

Sentimos a necessidade de nos vermos com mais frequência e a gente sempre acha que cada encontro foi curto demais.

A Isabel nos trouxe fotos da sua festa de 18 anos, e o vídeo da Dri comprovam a máxima de que somos como vinho, ou seja, quanto mais envelhecemos melhores ficamos.

A idade, além da maturidade nos traz também a leveza, leveza de quem já fez algo na vida, mas que ainda tem garra para querer mais e fazer acontecer, mas sem o senso de urgência de quando éramos jovens pois hoje damos mais valor ao saber viver.

Cada dia comprovo mais essa leveza, para mim e para as amigas da velha infância o que importa é viver em paz, harmonia, buscar a beleza e a felicidade das pequenas coisas, o valor da amizade.

Dedico a vocês Adriana, Gisele, Helena e Isabel: "A amizade, nem mesmo a força do tempo irá destruir, somos verdade...quero chorar o seu choro, quero sorrir seu sorriso, valeu por vocês existirem AMIGAS!

Amo vocês mais que brigadeiro de colher!

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Minhas amigas, nossas conversas na esquina, nossas lembranças...

Quando tínha uns 16, 17 anos a nossa turma de meninas era unida, bem unida. A Adriana, Isabel Grande, Giselle e Helena.

A gente ficava às sextas e sábados na esquina da casa da Giselle, fizesse frio ou calor. No frio, além de nós o vinho são Tomé e uma pizza nos acompanhavam até de madrugada. No verão, geralmente uma Coca-Cola 2 litros e frango assado com pão. Tudo isso na esquina, com uma higiene duvidosa.

A gente falava sobre tudo: meninos, sonhos, o que tinha acontecido no Califórnia, enfim, a gente falava de tudo e não tínhamos segredos, ou pelo menos pensávamos que não tínhamos.

Muitas sextas-feiras elas iam esperar eu e a Adriana que vínhamos do cursinho e a parada na esquina era obrigatória.

Quando meus pais e irmãos viajavam e o Duda ia dormir fora, a gente fazia algumas reuniões em casa. A Isabel Grande fazia pizza, inclusive a massa. A gente comprava vinho e refrigerantes e em algumas ocasiões cerveja, mas a gente não gostava muito.

Alugávamos filmes, O Selvagem da Motocicleta, The Doors, O Selvagem da Motocicleta, O Selvagem da Motocicleta, porque tinha os atores mais lindos da época...tudo isso regado a vinho e pizza.

Depois dos filmes e da pizza a gente ia passar trotes para o exército. A gente perturbava os coitados dos soldados.

Perguntávamos se era do exército da salvação, pq a gente queria se doar, isso os deixava animadinhos e aí rolava conversa até.

A gente chegou a marcar encontros em shoppings, mas a gente era fogo de palha e nunca ia. Aí, numa outra sessão a gente ia encher outros soldados e a gente se divertia, e a gente era inocente e a gente era unida.

A vida de cada uma de nós tomou rumos diferentes, mas a gente mesmo com a vida louca procura não deixar essa leveza de nossa amizade passar. Periodicamente nos encontramos em chás, regados a tudo menos a chá e vamos lembrando de nossas peripécias, fazendo novas e sempre procurando não deixar nossa alegria de lado.

Amigas, amo cada igualmente mas cada uma tem uma particularidade que faz este amor prevalecer. A distância não diminui o amor nem a amizade. A gente percebe isso quando a gente se encontra.

Agora estou sorrindo por perceber que quando nos encontramos, voltamos a ser aquelas meninas da esquina e das sessões de filme e pizzas...

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Briga de gangues - Selvagens da Noite!

Faz um tempo que não escrevo. Meio sem tempo, pouca coragem, mas voltei!

Na adolescência, tínhamos uma turma grande e íamos todos os sábados à bailes, aos domingos nas matinês do Califórnia Dreams ou na Toco e às vezes na Contra-Mão.

Nesta época nossa turma era beeeemmmm grande, pois se juntaram à nós o pessoal da Mascote e com eles vieram Dilma e Delma, Laércio, Manezinho, Demo, enfim vários agregados.

Nossa turma como toda turma naquela época tinha uma richa com o pessoal que ia aos bailes da Spark Som "O som do momento". Tudo isso porque em nossa turma, meu irmão Duda - Dj Duda, meu primo Jair que até hoje tá na pegada e o Hilton, famoso Dentinho, Dj Mr. Ha. Mesmo com a richa entre as equipes, a gente frequentava os bailes deles e eles os nossos.

E a gente achava e era verdade, que o som dos meninos era muuuito melhor que dos chilenos da Spark Som.

Alguém lembra daquele filme "Selvagens da Noite" em que as gangues se encontram e a confusão é instalada?

Pois é, tivemos nosso momento Selvagens da Noite. Certa vez o Well (Marcão) arrumou uma briga com o pessoal da Spark Som e foi marcada uma reunião da nossa turma com a turma da Spark Som para resolver a parada.

O encontro foi marcado no estacionamento do Barateiro, hoje Compre Bem, numa quinta-feira às 20h00.

Nossos pais nem podiam imaginar este evento, mas minha mãe tem faro pra coisa errada e ficou de bituca ligada.

Fomos meninos e meninas armados com pedaços de pau e fomos chegando ao estacionamento por um lado e o outro pessoal por outro. Parecia cena de filme.

Os seguranças do Barateiro fecharam as portas e ninguém saía nem entrava. Tenho certeza que chamaram a polícia.

Mas como tudo em nossa época era leve, o nosso CONFRONTO, foi uma conversa entre o Well e o menino que ele tinha brigado, deram-se as mãos e graças a Deus ficou tudo bem com a promessa de respeito entre as turmas.

Cada turma virou as costas e foi embora. Quando a polícia chegou acho que já estávamos em casa. Ainda bem....

quinta-feira, 24 de março de 2011

Meus primos e eu

Nasci paulistana, mas meu coração é mineiro. Todas as vezes em que estive lá seja visitando minha família, ou a trabalho sinto que aquelas montanhas são o lugar onde eu sempre quis estar.

Como disse em post anterior, Minas fez parte de toda a minha infância, adolescência e sinto uma paz enorme todas as vezes que desembarco em Confins, mesmo sabendo que é a trabalho. Geralmente vou pela manhã, trabalho o dia todo em Betim depois volto. Só de receber o sol e a hospitalidade dos mineiros eu me sinto em casa. Sempre.

Tenho uma história triste, mas que me intriga até hoje. Tive muitos primos e alguns partiram muito cedo. Dois deles fizeram parte de minha infância, "com força". O Cláudio filho do tio Fernandinho, meu tio "cientista", e o Fernando filho da Tia Lita e que pôs pimenta na minha chupeta.

Tinha desde pequena alguns "pressentimentos" que mais tarde confirmei ser mediunidade. Esses meus dois primos eram alguns anos mais velhos que eu, mas pouca coisa e quando eu tinha uns 12 anos eu pressenti que eles iriam embora logo assim como eu.

Sempre falei destas coisas com minha avó Geny, converso com o Giba e também com meus irmãos do centro espírita o qual frequento.

Sempre disse à minha avó que eu, o Cláudio e o Fernando morreríamos entre os 30 e os 37 anos. Minha avó sempre me falava pra eu parar de pensar em "bubiça", mas este sentimento sempre esteve muito forte dentro de mim.

Até que um dia, meu primo Fernando se foi, depois foi meu primo Cláudio. Todo mundo que eu comentei sobre isso acha que é coincidência, mas eu não. Sempre tive a certeza disso, a única dúvida que tenho é o porque de eu estar aqui ainda. Às vezes comento este assunto com o Giba e ele faz graça dizendo que "apostou" na minha premonição, mas olha eu aqui até hoje...rsss

Estudo muito este assunto e até recebi algumas respostas, mas a energia do mundo sempre me fascinou. E o espiritismo lida somente com isso mesmo, a energia.

Eu tenho vontade de receber um sinal, uma mensagem de meus primos do porquê eu fiquei. Sei que eles tem a resposta.

Hoje me peguei lembrando de vocês dois, quando a gente tava em Monlevade. Vocês sempre rindo, aprontando. Saudade boa...amo vocês.

terça-feira, 15 de março de 2011

Meus primeiros bailes

Quando eu passei para o ginásio (5a. série), houve uma mudança bastante significativa. Antes tinha apenas um professor que nos ensinava várias matérias e na quinta série passamos a ter 7 matérias lecionadas por professores diferentes.

Todos os dias eram 5 aulas de 50 minutos e o horário era das 13:30 às 18:00 de segunda a quinta e glória a Deus, na sexta-feira, era das 13:30 às 17:18.

Muitos de minha sala já faziam parte da minha vida escolar desde a primeira série e vieram se juntar outros colegas queridos. Minha turma era a Mônica Massari, a Josefa, a Luciana Satie, a Silvana. Essas as mais próximas. Os meninos eram o Fernando, o Neneca, o Hélcio, o Márcio, o Alexandre. Também eram os mais próximos.

A maior e melhor lembrança desta época era que sempre às sextas-feiras, saíamos as 17:18 e a gente ia pra casa do Neneca, ele tirava o aparelho de som 3 em 1 para a garagem e a gente fazia bailinhos até as 18:00 e voltava para casa.

Detalhe, estes bailes eram somente de música lenta e a gente ficava lá por aproximadamente meia hora dançando dois pra lá e dois pra cá. A mãe dela trazia sempre uma jarra com água e copos, os meninos usavam uma vassoura e quando queriam dançar com uma das meninas que já estavam a bailar entregavam a vassoura ao menino que estava dançando com a gente e as meninas acabavam dançando com todos. Detalhe: todos leia-se 4 meninos.

Ali iniciava-se minha longa vida de bailes que amo até hoje mas vou com menos frequência. Afinal apesar do meu Amore também gostar, não temos mais paciência de ficar à noite toda num baile, numa balada.

Descobrimos agora baladas de sábado à tarde - das 14:00 às 22:00, ou seja, estamos voltando no tempo e frequentando matinee. É uma delícia, samba de raiz, cerveja, gente muito boa e ambiente familiar.

Xi, vou parar de escrever. Conversa mais de tiazinha essa, sô!