quarta-feira, 30 de maio de 2012

O frescor da irresponsabilidade adolescente

Troquei minha rápida passagem na Sociedade Casa Branca de Contabilidade, por um emprego de auxiliar de escritório na área de cobrança do Clube de Campo Fazenda.

O clube ficava em Itatiba e o escritório na Luis Góes. Quanta lembrança...

Trabalhávamos eu, minha prima Márcia, a Valéria e nossos chefes Eliete e Pedro. Na área comercial tinha outras pessoas.

Depois de um tempo aprontando, a Valéria se foi e no seu lugar entrou a Isabel que foi uma grande amiga na adolescência.

Tínhamos a opção de levar marmita, fazer a comida lá ou almoçar fora. E a gente revezava estas opções.

A gente era tão "responsável" que atrasava o relógio do escritório pro chefe pensar que a gente tinha chegado cedo e próximo a hora de ir embora adiantávamos pra sair mais cedo e pegar o ônibus Catarina vazio.

Quando o Pedro questionava a gente culpava o relógio e nosso coro era "precisa comprar um novo"...

E assim a gente ia aprendendo, aprontando, fazendo 2h30 de almoço e sempre achando que a gente estava certa e ponto.

A gente vivia de modinhas, nossa perspectiva adolescente era terminar o colegial, entrar na faculdade e ir pra matiné do Califórnia no domingo.

Chegou 0tempo da calça bag da Zoomp e o sapato London Fog. Mas a gente usava as marcas genéricas. A calça era Versatti ou Zune e pra fazer as vezes do London Fog a gente usava o 775.

Um dia, eu e a Isabel resolvemos ir até a praça da República comprar o 775. Resolvemos e fomos na hora do almoço. Simples assim.

Até aí tudo bem se a gente usasse somente nossa hora de almoço, mas nossa razão adolescente não tava nem aí pra isso. Entre trajeto e compra gastamos 2h30. Pra quem tinha 01h30 de intervalo...tá bom pra você?

Viemos embora empolgadas com a compra e tomamos metrô no sentido Santana. A gente ia pra estação Santa Cruz, sentido Jabaquara.

Só percebemos na estação Armênia. Rindo, voltamos. Quando a gente desceu na Santa Cruz o mundo estava se acabando em chuva. Já tínhamos gasto 03h30 de almoço. Oh responsabilidade...

Sabe o que fizemos?

A gente não queria molhar o cabelo (é a chapinha já era moda) e nem o sapato novo.

Sem pensar e com toda a razão que Deus nos deu, ligamos a cobrar para o escritório (não havia celular) e pedimos que a Eliete (nossa chefe, dona do escritório) viesse nos buscar no metrô.

Que alma caridosa não se sensibilizaria com nosso problema? Ela. A Eliete.

Berrou ao telefone, nos chamou de irreponsável (absurdo) e disse pra gente se virar.

E a gente se virou. Entramos na Esfiha Chic, afinal não tivemos tempo de almoçar, comemos e compramos esfiha pra levar pra mal educada da Eliete.

Chegamos no escritório com a maior cara lavada, levamos bronca e ficamos com raiva de tanto que a Eliete era injusta.

Hoje dou risada quando me lembro dos episódios do Clube de Campo. Este foi apenas 1. Aguarde!

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