A galera da rua sempre inventava alguma brincadeira para se divertir. Os meninos geralmente jogavam bola que alguns vizinhos chatos não devolviam ou cortavam-na. Coitados não tiveram infância ou esqueceram que também tiveram filhos. As meninas era a casinha ou brincar de concurso de miss com a organização do Gordo.
Algumas vezes as meninas e os meninos brincavam juntos. A gente jogava queimada, esconde-esconde, pega-pega, taco.
Alguns tinham mania de inventar algumas brincadeiras estranhas, como o Américo e o Marcos que ficavam correndo no quarteirão se achando os atletas.
A gente brincava do jogo das pedras, pegava mato para fazer de apito, enfim a gente se arrumava.
Nos natais todos apareciam com um brinquedo novo, fato que gerava brigas, pois muitos queriam brincar e o dono não deixava, bem no estilo "Não, o brinquedo é meu".
Mas teve um ano em que todos da rua ganharam bicicletas novas, o Duda já tinha uma que tinha ficado pequena. Acho que os pais combinaram e todos ganharam Berlinetas (é o modelo de uma bicicleta da Caloy) e as mães puderam ter férias mais tranquilas porque não tinha briga por causa de brinquedo.
A gente ficava com aquela sensação de liberdade e desfalcava o bolso dos pais pra gastar no Brandão das Bicicletas comprando acessórios: fitinhas pra colocar no guidão, buzina, enfeites pra roda. Mas foi um tempo legal.
Uma vez ganhei patins. A gente ficava andando no quintal do Luciano, porque ele também tinha ganhado um e a rua não tinha asfalto e as meninas e meninos babando de fora do portão só na inveja. Ah, os patins eram de 4 rodas e eram reguláveis.
Mas um dia tive compaixão pela minha amiga Adriana e emprestei pra ela andar. Tava de saia a coitada levou um tombo e todo mundo viu sua calcinha. Saiu chorando...rsss
Teve o tempo em que compramos rede e bola de voley e jogávamos todos os sábados e domingos até escurecer. As minhas primas Marcia e Margareth, a Eliana, a Sandrinha e o Ovo, seu irmão, a Lílian e o Marinho também jogavam com a gente. Nesta época veio morar na casa que era da Téia a Elza, o Pedro e a Isabel que esteve com a gente por toda a adolêscencia e viagens.
Ela também teve um irmão raspinha do tacho, o Júlio, que quando ouvia a famosa música do gás saía correndo atrás do caminhão dando tchau igual as crianças do comercial.
Depois veio o tempo do ping-pong, que começou com uma mesa improvisada com compensado, aí fizemos uma vaquinha e compramos uma mesa e raquetes oficiais.
Na época do ping-pong, além da nossa turma agregaram-se também o Ciro, o Milton e o Carlindinho, o Célio, o Baixinho, o Waguinho, o Walter, filhos da Rute e do Flaviano, o João Carlos e o Hertz, um primo torto meu, o Marcos Harana, o Naninha e o Japaloko queria jogar mas a gente não deixava porque ele era encrenqueiro.
O Hertz morava com a mãe Valdice, que era arrumadeira lá nos Jardins e trazia sempre bolinhas e as melhores raquetes.
A Margareth e ele começaram a ficar e se transformou em namoro. Como ele ia sempre à minha casa, meu tio Coquinho (pai da Márcia e da Margareth) tinha ciúme. Um dia ele tava sentado na casa da minha prima, meu tio chegou e falou pra ele "levanta seu cabra sem qualidade". Coitado do menino, ele ainda não trabalhava mas era um car legal.
Nesta época, começamos com as paquerinhas, as bobeiras de menina. A Adriana era a mais assanhadinha, ficava paquerando o baixinho e ele foi seu primeiro namorado. A gente usava a calçada da Adriana para fofocar sobre nossas paqueras. A Sônia era apaixonada pelo Américo, a Adriana pelo Baixinho, eu pelo Célio e a Isabel pelo Naninha. Mais tarde descobrimos que o Naninha era fachada, seu coração baria pelo irmão da Dri, o humberto.
O que a gente não sabia era que o Carioca e o Humberto ficavam ouvindo nossas conversas pela janela do quarto da mãe da Dri e o Humberto ainda lia o diário dela.
Eles eram a tentação em pessoa, um dia fizeram vários corações na minha rua, escrito Gina ama Célio e foram contar pra ele. Imagina como fiquei brava, minha tia Lita sempre me chamou de Mônica porque eu sou brava. Então imagina? Peguei um paralelepípedo e joguei no Carioca.
Dias depois, a mãe da Adriana, Alderize foi perguntar pra minha mãe se eu tava brava com o Humberto e minha mãe não sabia porquê. ela contou que eu gostava do Célio e o Humberto tinha contado pra ele. Começou meu inferno.
Minha mãe dizia, "não sabe lavar uma louça, já quer namorar o Célio, não sabe arrumar uma casa, já quer namorar o Célio". Como ela me torturou.
O resultado disso foi que eu jogava junto com o Célio, filho do saudoso seu Mané que meu pai considerava um irmão, mas não me dirigia a ele.
Hoje dou risada disso tudo. Da nossa turma fui a quem menos namorou. Oh meninas namoradeiras essas minhas amigas.
Ah e o hoje eu cumprimento o Célio e vejo que ele não era aquele Deus que eu pensava em ir ao cinema e ficar de mãos dadas. Porque naquele tempo nossa idéia de namoro era isso, ficar na calçada de mãos dadas, ir ao cinema de mãos dadas. Beijo pra gente só depois do noivado.
Como tudo mudou...
Adorei...
ResponderExcluirBeijo só depois do noivado??? Aí não né Gina, rsrsrs
Amei essa postagem...viajei no tempo.
Os nossos jogos de voley na rua e os jogos de ping pong marcaram muito bem essa nossa fase.
Você consegue ir lá no fundo do baú e traz de volta essas lembranças maravilhosas.
Somos felizes! Graças a Deus!
Bjo no seu coração.
Dri para mim o namoro era só de mãos dadas, bjo só se ficasse noiva. Pelo menos no início eu pensava assim...Vc é q era a bjoqueira.
ResponderExcluirBjs
Me lembrei de um desfile que teve na Nana...lá vem eu pelo corredor, os meninos batucando no portão...e eu não percebí o degrau de uma escada,e....chão, chão, chão...e choro, rsrsrsrs
ResponderExcluirQue mico! Nem quiz mais desfilar.
Foi aquela gritaria!
aff..gentalhaaaaaaa
Bjs