Sempre passávamos alguns dias das férias em Jõao Monlevade-MG. Todas as vezes que íamos pra lá era uma festa.
A gente ficava com duas vós: a Geny e a vó Julieta, casada com meu avô "Seu Zé Fernandes". Ele, assim como meu tio Betão trabalhavam na Belgo Mineira.
Na casa deles, todos os netos eram reis e rainhas e a gente adorava. Minha avó cozinhava no forno à lenha, tinha um pomar no quintal atrás da casa e meu vô era apicultor nas horas vagas.
Todos os dias de manhã, a vó Julieta preparava nosso café da manhã, pão com queijo, bolo e logo depois já emendava o preparo do almoço, que a gente saboreava tomando Guarapan.
A casa ficava em frente à uns taludes que a gente ficava brincando de acampamento com os filhos da vizinha
Dona Lili.
Comia canudinhos de doce de leite, feitos pela esposa do "Seu Dequinha" e adorava quando meu pai e meu avô iam tomar uma cachacinha no bar, pois eu ia junto e ganhava vários doces.
O Joel era neto de minha avó Julieta, mas ela o tratava como filho e ele brincava muito com a gente.
Um dia a gente resolveu fazer um piquenique na montanha em frente à casa dos meus avós, minha vó nos deu lanches, as meninas e meninos da vizinha levaram suco e a gente passou uma tarde tão boa, que esqueceu de voltar. Aí a gente só ouve minha mãe gritar: Gina, Duda, hora de voltar.
Ao lado da casa de meus avós tinha o Hotel Santo Elói e em sua frente um talude cheio de entulhos. Um dia o Zezé, filho da vizinha de minha vó Julieta ficou imitando meu sotaque. Fiquei brava, baixou a Mônica em mim e eu empurrei o Zezé talude abaixo. Não sei como ele não se machucou. Ainda o chamei de porco e disse que porco tinha q ficar no chiqueiro e lá era o lugar dele. Só não apanhei porque minha vó não deixou.
A gente visitava as primas e primos da minha mãe e eu gostava porque sempre tinha uma guloseima pra comer. Depois que comia, achava a conversa chata e ficava louca pra ir embora. O irmão da minha mãe, o Tio Fernandinho que morava na Vila Tanque e eu o achava cientista, pois ele fazia crescer xuxu dentro de garrafas. Minha tia Nilza, sua esposa, fazia as melhores batatas fritas do mundo. Quando voltava à São Paulo eu batia no peito de orgulho ao dizer que tinha um tio cientista.
Tinha também o meu Tio Hélio, surdo-mudo, mas considerado o melhor mecânico de Monlevade. Ele era muito carinhoso, assim como meu Tio Beto que era meu xodó, até depois que ele casou com a Margareth, minha tia querida também não larguei do pé dos dois.
Eles tinham muitos amigos e todos iam nos visitar.
Depois de Monlevade a gente ia pra Itabira, casa de minha Tia Lita e meu Tio Geraldo. Lá tinha uns primos maiores que nós e outros de nossa idade. Tinha o Ely, o Geraldo José, a Eliana e o Fernando e a Elaine eram da nossa idade. O Fernando sempre escondia minha chupeta e a gente vivia em pé de guerra. Uma vez a gente tava indo embora e eu desesperada com a chupeta. O Fernando trouxe e coloquei-a na boca. ele saiu correndo pois ele tinha posto pimenta na minha chupeta. Isso rendeu anos de mágoa besta, pois nunca mais falei com ele. Anos mais tarde, só falava oi e tchau. Ele ficou doente, infelizmente faleceu e hoje percebo como fiz errado. Coisas de criança, são coisas pra lembrar e rir. Pena que não pude rir com ele por puro orgulho.
A casa da tia dava fundos para um asilo e nossa diversão era ficar olhando os velhinhos. Tinha a Deuzita uma senhora que tinha problemas mentais como a maioria dos velhinhos de lá. Todas as vezes que a gente olhava mexíamos com ela pra ela nos xingar. Ela jogava na gente tudo que tinha na frente e às vezes eram pedras. Nesta hora a Tia Lita saía no quintal e mandava a gente descer do muro. No asilo também tinha a Bala Doce, uma senhora que não podia nos ver que pedia "uma bala doce".
Eu a a Elaine, nos correspondíamos por cartas, contando as novidades. Coisas de criança. Tempos bons.
Tinha a Neoci e o Filhinho, vizinhos dos meus tios. Seus filhos Islen, o Jose, que até grande também chupava chupetas como eu e o raspinha do tacho q não lembro o nome.
No casamento não sei se do Ely ou do Gerlado José, nós fomos e minha vó Geny também. A desagradável da Neoci ficou tirando sarro da bolsa da minha vó Geny. Até hoje acho o fim uma pessoa desrespeitar os idosos. Minha porção Mônica se manifestou, pois vi que minha vó ficara chateada, mas ela era adulta e meus pais ensinaram a respeitar os mais velhos. Mas meu respeito por ela acabou ali, pra sempre.
Em Itabira a gente visitava a Tia Peixinha, ia ao Valério Doce. Perto da casa da minha Tia tinha uma doceria que desfalcava o bolso do meu pai.
Qaundo minha Tia Lita tinha uns 49, 50 anos, nasceu a Thelma a mais que raspa do tacho. Ela é afilhada dos meus pais e tinha uma voz rouca quando era pequena. Uma vez meu Tio, minha Tia e Thelma vieram aqui pra São Paulo. Fomos visitar minha avó Geni na chácara e meu pai passou em um sinal vermelho. Ela soltou essa com sua vozinha rouca: "Meu padrinho é fogo, passou no sinal vermelho". Todo mundo riu e isso rendeu histórias por muito tempo. Nem sei se ela lembra disso.
Adorava quando minha tia vinha ou eu ia, poi ela sempre costurou MUITO e sempre fazia vestidos e roupas pra mim. Interesseira né?
Vc tem memória de Elefante???
ResponderExcluirEu nem lembro... :-(
Mãe e eu divertimos muito, muito, muito com seu blog...
Continue, Prima...