Estudei Engenharia de Materiais no Mackenzie. Dentre todos os colegas que conheci, a Giovana é minha amiga e temos várias passagens engraçadas.
Eu e Giovana não tínhamos dinheiro pra nada. Ela pulava o bloqueio do trem na Estação Barra Funda pra poder sobrar o dinheiro do lanche e eu pasava ao menos duas horas dentro do ônibus Aeroporto, pois assim, sobrava o dinheiro do metrô para o lanche.
Eram dificuldades que a maioria dos estudantes passa, e para nós era sempre festa. Perrengue mesmo era quando começavam as provas.
A gente sempre ia passear na Praça da República. Lá tinha (ou tem) a feira hippie e a gente se deliciava com o artesanatos de lá.
Sempre íamos e voltávamos a pé.
Numa dessas incursões ao centro da cidade eu estava toda feliz com minha bolsa country de couro nas costas e dentro de um dos bolsinhos estava o meu único bem...meu celular.
Atravessando a Xavier de Toledo sentido viaduto do Chá senti que tinham puxado algo do meu bolsinho...
Imediatamente e por impulso, peguei no pescoço da mulher do meu lado e apertava falando..."Devolve, me dá meu celular".
A mulher, de meia idade, estava com uma sacola debaixo do braço e ficou indignada me chamando de louca.
A galera se juntava pra ver o desfecho. Imagina, em pleno viaduto do Chá, eu grudada no pescoço de uma tiazinha.
Não sei onde arrumei tanto sangue frio, mas eu pensava no meu único bem.
De repente, falei assim: "eu sei que meu celular está nesta sacola e se você não me devolver eu vou te levar ao posto policial".
Acho que ela percebeu que eu não ia largá-la, abriu a sacola cheia de celulares e carteiras, me devolveu meu celular e disse: "Cuidado que da próxima vez você fica sem ele".
Soltei o pescoço da tiazinha e ela saiu vazada e não consegui vê-la mais.
Depois de tudo isso, comecei a chorar e com Giovana ao lado, voltei para a aula.
Quem manda ficar andando por aí em horário de aula?
Um blog, que não necessariamente respeita regras cronológicas, mas que procura trazer de volta lembranças minhas e das pessoas que fizeram e fazem parte da minha vida!
domingo, 3 de junho de 2012
quarta-feira, 30 de maio de 2012
O frescor da irresponsabilidade adolescente
Troquei minha rápida passagem na Sociedade Casa Branca de Contabilidade, por um emprego de auxiliar de escritório na área de cobrança do Clube de Campo Fazenda.
O clube ficava em Itatiba e o escritório na Luis Góes. Quanta lembrança...
Trabalhávamos eu, minha prima Márcia, a Valéria e nossos chefes Eliete e Pedro. Na área comercial tinha outras pessoas.
Depois de um tempo aprontando, a Valéria se foi e no seu lugar entrou a Isabel que foi uma grande amiga na adolescência.
Tínhamos a opção de levar marmita, fazer a comida lá ou almoçar fora. E a gente revezava estas opções.
A gente era tão "responsável" que atrasava o relógio do escritório pro chefe pensar que a gente tinha chegado cedo e próximo a hora de ir embora adiantávamos pra sair mais cedo e pegar o ônibus Catarina vazio.
Quando o Pedro questionava a gente culpava o relógio e nosso coro era "precisa comprar um novo"...
E assim a gente ia aprendendo, aprontando, fazendo 2h30 de almoço e sempre achando que a gente estava certa e ponto.
A gente vivia de modinhas, nossa perspectiva adolescente era terminar o colegial, entrar na faculdade e ir pra matiné do Califórnia no domingo.
Chegou 0tempo da calça bag da Zoomp e o sapato London Fog. Mas a gente usava as marcas genéricas. A calça era Versatti ou Zune e pra fazer as vezes do London Fog a gente usava o 775.
Um dia, eu e a Isabel resolvemos ir até a praça da República comprar o 775. Resolvemos e fomos na hora do almoço. Simples assim.
Até aí tudo bem se a gente usasse somente nossa hora de almoço, mas nossa razão adolescente não tava nem aí pra isso. Entre trajeto e compra gastamos 2h30. Pra quem tinha 01h30 de intervalo...tá bom pra você?
Viemos embora empolgadas com a compra e tomamos metrô no sentido Santana. A gente ia pra estação Santa Cruz, sentido Jabaquara.
Só percebemos na estação Armênia. Rindo, voltamos. Quando a gente desceu na Santa Cruz o mundo estava se acabando em chuva. Já tínhamos gasto 03h30 de almoço. Oh responsabilidade...
Sabe o que fizemos?
A gente não queria molhar o cabelo (é a chapinha já era moda) e nem o sapato novo.
Sem pensar e com toda a razão que Deus nos deu, ligamos a cobrar para o escritório (não havia celular) e pedimos que a Eliete (nossa chefe, dona do escritório) viesse nos buscar no metrô.
Que alma caridosa não se sensibilizaria com nosso problema? Ela. A Eliete.
Berrou ao telefone, nos chamou de irreponsável (absurdo) e disse pra gente se virar.
E a gente se virou. Entramos na Esfiha Chic, afinal não tivemos tempo de almoçar, comemos e compramos esfiha pra levar pra mal educada da Eliete.
Chegamos no escritório com a maior cara lavada, levamos bronca e ficamos com raiva de tanto que a Eliete era injusta.
Hoje dou risada quando me lembro dos episódios do Clube de Campo. Este foi apenas 1. Aguarde!
O clube ficava em Itatiba e o escritório na Luis Góes. Quanta lembrança...
Trabalhávamos eu, minha prima Márcia, a Valéria e nossos chefes Eliete e Pedro. Na área comercial tinha outras pessoas.
Depois de um tempo aprontando, a Valéria se foi e no seu lugar entrou a Isabel que foi uma grande amiga na adolescência.
Tínhamos a opção de levar marmita, fazer a comida lá ou almoçar fora. E a gente revezava estas opções.
A gente era tão "responsável" que atrasava o relógio do escritório pro chefe pensar que a gente tinha chegado cedo e próximo a hora de ir embora adiantávamos pra sair mais cedo e pegar o ônibus Catarina vazio.
Quando o Pedro questionava a gente culpava o relógio e nosso coro era "precisa comprar um novo"...
E assim a gente ia aprendendo, aprontando, fazendo 2h30 de almoço e sempre achando que a gente estava certa e ponto.
A gente vivia de modinhas, nossa perspectiva adolescente era terminar o colegial, entrar na faculdade e ir pra matiné do Califórnia no domingo.
Chegou 0tempo da calça bag da Zoomp e o sapato London Fog. Mas a gente usava as marcas genéricas. A calça era Versatti ou Zune e pra fazer as vezes do London Fog a gente usava o 775.
Um dia, eu e a Isabel resolvemos ir até a praça da República comprar o 775. Resolvemos e fomos na hora do almoço. Simples assim.
Até aí tudo bem se a gente usasse somente nossa hora de almoço, mas nossa razão adolescente não tava nem aí pra isso. Entre trajeto e compra gastamos 2h30. Pra quem tinha 01h30 de intervalo...tá bom pra você?
Viemos embora empolgadas com a compra e tomamos metrô no sentido Santana. A gente ia pra estação Santa Cruz, sentido Jabaquara.
Só percebemos na estação Armênia. Rindo, voltamos. Quando a gente desceu na Santa Cruz o mundo estava se acabando em chuva. Já tínhamos gasto 03h30 de almoço. Oh responsabilidade...
Sabe o que fizemos?
A gente não queria molhar o cabelo (é a chapinha já era moda) e nem o sapato novo.
Sem pensar e com toda a razão que Deus nos deu, ligamos a cobrar para o escritório (não havia celular) e pedimos que a Eliete (nossa chefe, dona do escritório) viesse nos buscar no metrô.
Que alma caridosa não se sensibilizaria com nosso problema? Ela. A Eliete.
Berrou ao telefone, nos chamou de irreponsável (absurdo) e disse pra gente se virar.
E a gente se virou. Entramos na Esfiha Chic, afinal não tivemos tempo de almoçar, comemos e compramos esfiha pra levar pra mal educada da Eliete.
Chegamos no escritório com a maior cara lavada, levamos bronca e ficamos com raiva de tanto que a Eliete era injusta.
Hoje dou risada quando me lembro dos episódios do Clube de Campo. Este foi apenas 1. Aguarde!
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