Comecei a trabalhar com 16 anos na Sociedade Casa Branca de Contabilidade, em frente ao Lar Croatia na estação Conceição do metrô. Era recepcionista e quem arrumou para mim e para o Humberto, irmão da Adriana que era office-boy, foi a Kátia irmã do Waguinho.
Lá meus chefes eram a temida Helena Seo, que como diz meu pai fumava como uma caipora (naquela época não tinham as proibições de hoje com relação ao fumo) e o Luiz Shoji Kurata que era tido como bonzinho pelos outros.
Trabalhei lá exatos 30 dias - 18/03 e 18/04. Ao contrário de todos os outros funcionários eu gostava da Helena e detestava o Luiz que eu achava um grosso.
A cada dia ele me fazia uma grosseria o que me fazia ir chorando trabalhar todos os dias até que meu pai sentenciou "Sai dessa merda, porque não aguento esse choro todo dia de manhã". E foi o que fiz.
Mas antes de contar isso, eu tomava conta dos office-boys, o livro caixa (que a Helena me dizia que eu era a primeira que o controlava corretamente), aprendi a manusear um guia de ruas e atendia o telefone. Apesar de não tomar café tinha que fazê-lo e limpar o banheiro, coisa que não fazia nem em minha casa.
Tinham momentos engraçados quando no meio do dia e as máquinas de calcular pegando fogo, a Kátia levantava, fazia uma dancinha e cantava "é disso que gosto, é disso que eu gosto".
O Gerson que estudou comigo também trabalhava lá.
A gente levava marmita que eu odiava e todas as sextas a gente comia lanche de pão francês com linguiça no bar da esquina.
Geralmente eu e o Humberto íamos e voltávamos a pé para economizar o dinheiro do busão.
Tinha mais pessoas legais e sempre como em todos os lugares há um puxa-sacos e lá era o Marcos, que só faltava lamber o chão para os chefes passarem.
O Luiz sempre fez de tudo para ser grosso comigo e um dia, eu fui fechar as janelas de sua sala para ir embora e ele estava ao telefone. Como ele não gostava que entrassem quando ele estava ao telefone fiquei na porta. Quando ele desligou gritou comigo "O que você quer? Não pode esperar para fechar a janela?" , respondi prontamente e no mesmo tom - "Não porque tenho que ir embora pois tenho aula". Ali eu decidi que não queria mais trabalhar lá.
Fui embora contei pro meu pai que deu sua sentença e lá fui eu no dia seguinte decidida a me demitir.
Decidida até chegar lá, pois tava dando 14h e eu ainda não tinha conversado com a Helena Seo, que passou do meu lado e disse "Você tá com uma cara de ponto de interrogação". Esperei-a voltar da escrita fiscal e pedi pra falar com ela. Pedi a conta e falei a verdade, que era por causa do Luiz. Foi um alívio sair dali. A atmosfera era muito pesada.
Ela lamentou, mas aceitou. E muito tempo depois a Kátia e o Humberto diziam que ela falava "Pra cuidar do livro caixa igual a Regina, até hoje não achei".
Uma semana depois, fui trabalhar na cobrança do Clube de Campo Fazenda na Luis Góes. Quem me arrumou foi a minha prima Márcia.
Mas isto eu conto em outro post.
É Régis, no início é difícil mesmo...Porém uma grande experiência de vida!
ResponderExcluirBjs