Nesta antiga Vila Santa Catarina passaram muitas pessoas em nossa vida, mas naquela época a gente nem se dava conta do amanhã só queríamos brincar.
A Tereza e seus filhos Hélder e Vítor, a Dona Laís com todos os seus, mas convivi mais com o Silvinho e o Betinho, a saudosa Dona Luci, sua fantástica salada de maionese e seus filhos Joaquim, que eu chamava de Tatinho, Paulo, que hoje é Odissey e o Luís Carlos, o encrenqueiro de plantão. Tinha também a Dona Ady e seus filhos Carlos, que a gente chamava de Gordo, a Cláudia e a Cleusa. Ah, na época da novela Estúpido Cupido, o Gordo organizava concursos onde nós éramos as misses, mas eu queria ser sempre a Maria Tereza Motta (mocinha da novela). A Téia, com o Maurício, a Luciene, o Márcio e bem depois o Luciano. A Ester, com o Vado, o Tuti e a Nana, a Graça com o Edson, a Silvana e o Júlio, a Alderize com a Adriana, o Humberto e depois a raspinha Gabriela. A Dona Neusa com seus gêmeos David e Daniel, a Loide e a Lúcia e o Luciano. A Dona Imaculada e os gêmeos Eduardinho e Nina. A saudosa Dona Carminha e sua Inês, Ciro, Milton, Carlindinho e André. O tempo foi passando, a gente crescendo e novos vizinhos vieram nos fazer companhia nas brincadeiras.
Desculpe se esqueci de alguém, mas a gente "causava" na rua 3. É, era assim que nossa rua Barão de Santa Marta se chamava. Da nossa casa a gente via a pista do aeroporto de Congonhas e ficávamos sentados por horas na calçada do Luciano, encantados com o vaívem dos aviões. Hoje os prédios não nos deixam mais ter esta visão. Ficamos somente com o barulho, que já nem ouvimos mais. Acostumamos.
Depois da EMEI Machado de Assis, íamos estudar o primário e ginásio no Comenius. Quando entrei lá era uma escola feia e descuidada que tinha como diretora a Dona Ester Góes, depois o Sr. José. Ela sempre era invadida pela turma do Tutinha (uma turma de trombadinhas), que era extremamente temida, mas aos poucos ela foi sendo extinta.
Quando eu estava na terceira série entrou um novo Diretor no Comenius, o temido "Seu Antonio", ele trabalhou tão bem e nos ensinou a disciplina que a escola foi reconhecida pelo governo de SP como Escola Modelo e introduziu o ensino de segundo grau na escola. "Seu Antônio" dava chacoalhões se a gente não estivesse alinhado na fila, falava bravo, cuspindo pra todo lado e chamava as meninas de Maria e os meninos de Zé. Dava também uns pedala Robinho nos mais bagunceiros.
Mesmo com sua truculência ele era querido e hoje digo que ele foi um educador nato, pois colocou muitas crianças no eixo e fez o Comenius ser uma escola padrão.
Muitos anos depois, na época da faculdade, cruzei com o "Seu Antônio" de novo, mas na posição de professora. É, eu dava aulas de química pra ajudar a pagar a faculdade. Ele já estava meio velho e doente, mas com a energia de sempre.
Se aposentou e vieram outros diretores e todo o trabalho que ele fez está se esvaindo. Creio que não por culpa da direção e professores, mas o perfil das crianças e adolescentes mudou. A formação dos professores não. Uma pena.
é a Mari, siga meu blog: cosmopaxbrilhoeglamour.blogspot.com
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