Conversando com minha amiga da velha infância Adriana, nos lembramos da costureira do bairro, a Dona Aurelina e sua filha Lurdinha. De quebra não podíamos deixar de lembrar da nora da costureira a Irene e de acordo com as palavras da Adriana era a própria bruxa do 71. Ela encrencava com tudo e com todos. Não era uma pessoa querida por ninguém.
Tem também a Dona Lica, seus filhos e netos que brincavam com a gente, o Cássio, o Ricardo e o Marcelo.
A Dona Alice era a catequista de nossa rua. Tinha as gêmeas Márcia e Marci e outros filhos que não lembro o nome agora. Dona Alice tinha atitudes que eu achava não serem católicas e religiosas como a doutrina que ela queria nos ensinar. Ela e sua filha Marci eram catequistas e o curso era em sua casa. Em meu grupo tinha um casal de irmãos portugueses, a Margareth e o Marcelo que moravam na casa mais bonita da Catarina. Eles eram legais, a gente ia tomar sorvete na casa deles enfim, pessoas simples e do bem. No dia das aulas de catecismo a Dona alice fazia todos os alunos tirarem os sapatos para assistir à aula, mas os irmãos portugueses estavam livres disso. Ela sempre dizia que eles estavam gripados. Aí começaram meus questionamentos a respeito do catolicismo.
Tinha a Dona Zefa e seu Agostinho com seus inúmeros filhos. Seu Agostinho tinha um carrinho em que ele pegava sucatas na rua para vender. Sua filha Quitéria também era catequista. Mas quem brincava com a gente era a Sonia.
Sonia hoje mora longe e dificilmente temos notícias dela. Mas em nossa infância ela sempre esteve presente.
Seu pai, seu Agostinho, guardava dinheiro em uma bota e a Sônia descobriu. Foi o melhor tempo da nossa infância, ela desfalcava a bota do pai e comprava doces para mim e para a Adriana. Com esse dinheiro fomos ao cinema, tomamos geladinhos da dona Regina. Um dia a Adriana pegou dinheiro de sua casa para dar à Sonia, mas sua mãe descobriu e adivinha ela tomou uma bela surra. Rsss
Infelizmente a maioria dos filhos de dona Zefa e seu Agostinho tem problemas, mas tem um deles que é uma figura, o Zé. Muita gente o chama de Zé Dema. É triste quando ele tem suas crises, mas ele se torna uma pessoa muito engraçada e às vezes violento.
A cada hora a gente lembra de alguém e assim vou escrevendo para que as lembranças não se percam. Mas vou dedicar um post a cada um que fez parte da minha infância e faz parte da minha vida.
Meus pais, minhas avós maternas (é tive várias), meu avô materno, meus avós paternos, meus irmãos, minhas amigas e amigos e assim as lembranças vêm aflorando e os posts vão tomando corpo.
Não me preocupo com ordem cronológica, somente vou postando as lembranças que me vem.
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