quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Velha infância 1

Nasci, cresci e me tornei gente de verdade na Vila Santa Catarina. Era bem diferente da Catarina de hoje, com seus bancos, mini-shoppings, Mc Donalds e toda uma infraestrutura para que, se quisermos, nem saimos de lá.

Cresci numa Catarina de ruas de terra, em que só existia a padaria da Coriolano Durand. Meus pais faziam compras no Gonçalves Sé (atual Pão de Açucar Washington Luiz) e lá a gente comia coxinha e voltava de perua, pois ainda não tínhamos carro. Ah e as famílias se uniam pra fazer as compras e economizar na perua. Saudades...

Todas as crianças estudavam na EMEI Machado de Assis e não tinha o "luxo" da perua escolar, a gente ia e voltava a pé debaixo de sol ou chuva.

Todo início de ano a gente ia tirar foto 3x4 para as matrículas escolares no fotógrafo da antiga Souza Dantas, pois só existia ele e as fotos eram em preto e branco.

A gente brincava de esconde-esconde, queimada, pega-ladrão, jogava taco e presentes nós lá de casa só tínhamos no aniversário, dia das crianças e natal. Até que a gente era privilegiado, pois, a maioria da criançada só ganhava no natal.

Tudo o que acontecia na rua era uma festa pra nós. Tínhamos horário pra tudo: hora de ir pra escola, hora de almoçar, hora de fazer dever, A HORA DE BRINCAR e às 17h00 entrar pra dentro, tomar banho, jantar, assistir TV (Parecia um caixote e era em PB) e dormir para no dia seguinte começar tudo de novo.

Meu irmão Eduardo e eu vivemos exatamente desta forma, já o Fábio e a Nathália vieram numa época de mais progresso e mais facilidades. Afinal são 8  e 18 anos de diferença entre eu e eles, respectivamente.

Apesar da diferença, alguns costumes e valores de meus pais foram passados igualmente aos filhos. Íamos à missa  na igrejinha velha N.S.Catarina que foi destruída e devia ter sido tombada, fizemos catecismo, minha irmã prosseguiu fazendo crisma e até foi anjo do Pe. Marcelo. A dona Joanília, mãe da Gisele, minha amiga e dinda de casamento a chamava de anjo Nathália, sempre achei muito engraçado.

Meus pais sempre priorizaram nossos estudos, procuraram sempre nos mostrar que existia um caminho bom e um ruim e que devíamos seguir sempre o caminho bom mesmo que ele fosse mais difícil e extenso.

Hoje comecei a contar de verdade as "Histórias de Regina" e olha que vai dar página pra escrever, mas espero que eu consiga expressar sempre tudo o que vivi. Até o próximo post!

Um comentário:

  1. Adorei essa postagem. Nós tivemos uma infância bem parecida. Afinal também sou da "Catarina", e estudei no Machado de Assis, e vinha da escola quase todos os dias com o short (molhado de xixi), pois tinha vergonha de pedir pra ir ao banheiro, rsrsrsrsrs
    Ah!! lembra do clube Jalisco? Pão com molho??
    Eheeeee, temos histórias que não acabam mais.
    Um super beijo!

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